“Evangelho das Riquezas x Evangelho da Pobreza”Parte - I
Porque assim diz o Senhor dos Exércitos: Passará pouco tempo e eu farei abalar os céus, a terra, o mar e a terra seca.
Eu sacudirei todos os povos; e virão todas as preciosidades de todas as nações, e eu encherei esta casa de glória, diz o Senhor dos Exércitos. A prata e o ouro me pertencem, diz o Senhor dos Exércitos. (Ag-2:6-8).
Iremos abordar este tema em duas etapas; e nesta primeira parte, trataremos da questão das benções de Riquezas e Prosperidade.
Amados, nos últimos dias temos acompanhado através dos meios de comunicações (Radio, jornais e TV), um debate entre dois seguimentos do atual cristianismo evangélico, atuante em nosso país. O evangelho sempre sofreu e sofrerá divergências e convergências em suas fileiras. A teologia tem sido largamente divulgada e acessada por pessoas de todos os níveis sociais, cultural e financeiro. Porém, isto não tem contribuído com a compreensão dos textos Bíblicos. Segundo o apostolo Paulo, em sua segunda carta aTimóteo -3:16,17 Toda a Escritura inspirada por Deus é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça. Para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.
Parece que os atuais, homens de Deus não estão estudando as escrituras com o propósito para o qual ela foi inspirada. “Justiça e boa obra”, mas, sim, para proveito próprio; por isso tem se visto tantas distorções da verdade no nosso meio evangélico.
Esta postagem não tem a pretensão de ser a “verdade”; e nem tão pouco iremos criticar ou defender as visões teológicas praticada em nosso país.
O que pretendemos, é buscar a compreensão Bíblica de alguns temas que vem sendo largamente ministrado nos púlpitos dos dias atuais.
Temos comprovado um grande paradoxo na “fé Cristã Bíblica”: Uns pregam o “Evangelho das riquezas e outros pregam o evangelho da pobreza”. “Deus é a favor, ou contra as riquezas?”
Existe um grande debate entre duas vertentes teológicas, sobre a questão das riquezas e da prosperidade Bíblica. De um lado osNeopentecostais defensores da teologia da prosperidade, e do outro os conservadores que negam esta teologia, porque crêem que a dispensação da Nova Aliança é fundamenta em uma confissão de fé seguida de um processo de conversão, com um voto consciente de renuncia de tudo inclusive da própria vida. “Assim, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo”(Lc-14:33).
Teologia da prosperidade.
A teologia da prosperidade, e defendida pelos que pregam o “evangelho da prosperidade”, os que crêem que Deus fez promessas de prosperidade ao seu povo, e que estas promessas, são claras em toda as Escrituras, conforme este texto. ”Assim diz o Senhor a seu escolhido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para subjugar diante dele as nações, e descingir os lombos dos reis, para abrir as portas diante dele, e os portões não se fecharão. Eu irei adiante de ti, e aplanarei os lugares montanhosos; arrebentarei as portas de cobre, e arrancarei os ferrolhos de ferro. Te darei os tesouros escondidos, riquezas ocultas, para que saibais que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que chama pelo teu nome”. (Is-45:1-3).
Também, crêem, que por ser palavra de Deus, terá que se cumprir. “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão”.
Eles crêem assim, mesmo estando vivendo em outra dispensação, em uma nova aliança, debaixo de melhores promessas, não mais promessas terrenas, de prata ou ouro, ou qualquer coisa perecível; mas, promessas celestiais fundamentadas em Cristo, nesta vida e na vindoura. 1ª Aliança “A lei da morte” x 2ª Aliança “A graça da eternidade”.
Os que defendem a teologia da prosperidade têm, como base algumas passagens do Antigo Testamento que comprovam esta possibilidade.
A Bíblia relata em vários textos, como Deus prometeu a prosperidade, e como Deus prosperou e enriqueceu o seu povo, dentro e fora de Israel.
Quero aqui trazer alguns textos que comprovam estes fatos tão notáveis, que tem motivado os nossos irmãos da teologia da prosperidade; ao ponto de estimular o povo; a grande multidão de crentes que todos os dias lotam os templos em busca de uma benção; chegando a até mesmo, a pressionar o Senhor, ou tentar barganhar com Ele a posse da benção, através de indulgências pagas por meio de propósitos em suas infindáveis campanhas.
Exemplos Bíblicos é que não faltam!
1º) –Grande exemplo, e o mais usado pelos partidários da teologia da prosperidade, é, a chamada de Abrão: E o Senhor disse a Abrão: Sai da sua terra, de tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E eu farei de ti um grande povo; e eu te abençoarei, e engrandecerei teu nome; e tu serás uma bênção. Eu abençoarei aos que te abençoarem, e eu amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem; e serão benditas em ti, todas as famílias da terra. Gn-12:1-5 – Estas promessas de benção começaram a se concretizar a partir do capitulo - Gn-13:1-6 – Observem que eles haviam enfrentado fome na terra e tiveram que descer ao Egito, mas, ao sair daquela terra, saíram ricos. (V-2) diz: Era Abrão muito rico; possuía gado, prata e ouro. E o interessante é que, Ló, não tinha parte diretamente nesta benção da promessa; mas, porque estava com Abrão, também foi ricamente abençoado: possuía rebanhos, gado e tendas. Talvez estivesse recebendo a benção prometida aos que abençoasse Abrão.(Abençoarei os que te abençoarem. V-3ª).
2º) –Exemplo - Gn-28:12-15 – Aqui, vemos claramente o Senhor Deus confirmando a Jacó a posse daquela terra, e a sua proteção e suprimento até o dia em que Ele o Senhor cumprisse aquela promessa. Veja que Jacó reconheceu a promessa de Deus, e lhe fez um voto diante de um pedido de proteção e benção, inclusive lhe prometeu dar a Décima(Dizimo) parte de tudo que fosse abençoado pelo Senhor. Habitou Jacó em Padã-Arã, em casa do seu tio Labão, onde se casou com duas das suas primas; permanecendo ali durante vinte e um anos, trabalhando para o seu tio. Sofreu duras penas devido o mau caráter do seu tio; mas prosperou em tudo que fez segundo a promessa do Senhor.(Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido.( V-15). -Gn-30:37-43 – O fruto do trabalho de Jacó sobre a supervisão do Anjo do Senhor, começa a aparecer. (V-43) Diz: E o homem se tornou mais e mais rico; teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos, e jumentos.
3º) Exemplo -Fato interessante é o ocorrido com José no Egito, chegou naquela terra como escravo vendido pelos seus próprios irmãos.Gn-37:28 - Observem que a situação deste servo do Senhor era das piores possível. Mas, chegando no Egito, a sorte dele mudou. Gn-39:1-6 – A Bíblia relata que José foi comprado por Potifar comandante da guarda do Faraó. O Senhor era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa do seu senhor egípcio. Vendo Potifar que o Senhor era com ele e que tudo o que ele fazia o Senhor prosperava em suas mãos, logrou José mercê perante ele, a quem servia; e ele o pôs por mordomo de sua casa e lhe passou às mãos tudo o que tinha, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; a benção do Senhor estava sobre tudo que tinha confiou às mãos de José, de maneira que, tendo-o por mordomo, de nada sabia, além do pão com que se alimentava.
A história de José estava traçada por acidentes trágicos; depois de ser vendido pelos próprios irmãos, agora como escravo, mesmo sendo bem sucedido; mais uma vez o destino lhe prega uma peça; foi assediado pela mulher de Potifar seu senhor, e injustamente lançado nas prisões (V-13-20). O Senhor, porém, era com José, e lhe foi benigno, e lhe deu mercê perante o carcereiro; o qual confiou às mãos de José todos os presos que estavam no cárcere; e ele fazia tudo quanto se devia fazer ali. E nenhum cuidado tinha o carcereiro de todas as coisas que estavam nas mãos de José, porquanto o Senhor era com ele, e tudo o que ele fazia o Senhor prosperava (V-21-23). Nem vamos falar da sua grande virada, depois destas pequenas conquistas; agora o jovem traído vendido como escravo, injustiçado pela sua senhora, esquecido pelos que receberam os seus favores, onde apesar da “prosperidade”, tudo parecia contribuir pra que a vida dele fosse um fracasso; porém, Deus estava com ele, e tudo o que ele fazia prosperava. Logo surgiu uma oportunidade inusitada. O faraó sonha com coisas horríveis e inexplicáveis, porém o jovem José, mais uma vez, provou que ele podia ser um escravo de homens, mas, servia ao soberano, Senhor dos Senhores. Resolveu os problemas do faraó e se tornou o governador do Egito.
4º)-Outro grande exemplo, foi à escolha de Salomão para reinar em lugar de Davi seu pai.1Reis-3: - No V-5, vemos o Senhor se manifestando a Salomão em sonho: O Senhor apareceu de noite em sonho a Salomão, em Gibeão, e Deus disse: Pede o que queres e te darei. Vs-8,9 –O pedido de Salomão: Dá, pois, a teu servo um coração para que possa governar teu povo, distinguindo entre o bem e o mal, porque quem pode governar este teu povo tão grande? Vs-10-11 –Resposta de Deus: E agradou ao Senhor, Salomão ter pedido isso. E o Senhor lhe disse: Porque não pediste para ti vida longa, nem riquezas, nem a vida de teus inimigos, mas pediste sabedoria, para saber reinar. Vs-13 – E também isto que não pediste, te darei, riqueza e glória; de tal maneira que não existirá semelhante entre os reis, durante toda tua vida.
Bem, amados uma coisa não podemos negar, Segundo as Escrituras, Deus verdadeiramente prometeu prosperidade e riquezas ao seu povo, e segunda as Escrituras, Deus cumpriu a sua Palavra. Nisto os pregadores da teologia da prosperidade tem toda a razão. “A prosperidade Bíblica é uma Verdade”.
Porém, algo não está totalmente certo. Que a Bíblia fala de promessas de riquezas e prosperidade, isto é inegável, mas, quando estudarmos os textos bíblicos onde estes fatos ocorreram, verificamos que elas, não acontecem como os pregadores da teologia da prosperidade propagam. Que pelo fato de Deus ter feito estas promessas aos patriarcas e para a Nação de Israel, não significa que ficou determinado por Deus que estas benções seriam irrevogáveis. Ou Será que Deus fez alguma garantia de benção em qualquer tempo, e a qualquer pessoa, que supostamente venha tão somente acreditar Nele, e em suas promessas?
Será que os pregadores da prosperidade leram com atenção as condicionais de obediências aos mandamentos e estatutos da lei, necessários para merecer estas bênçãos, conforme Dt-28:1-14? Será que eles estão cientes, que, estas benções ainda que sejam bíblicas e venham se cumprir segunda a lei, também deverão se cumprir às maldições, também previstas para os desobedientes, segundo a mesma Lei, Vs-15-68?. Será que os pretendentes destas benções, teriam a fé de Abrão, para obedecer a Deus e abandonar a sua terra, a casa de seus pais, e seguir para uma terra que Deus iria lhes mostrar, sem saber a direção, e depois de percorrer a terra, habitar nela com seus filhos, e não tomar posse da terra. Hb-11:8-13. Será que eles seriam fieis a Deus, mesmo sofrendo as injustiças que sofreram, José no Egito, e Daniel, Ananias, Misael e Azarias na Babilônia, Para serem prósperos em tudo que fizerem?
Será que eles são tão ingênuos pra perceber, que as benções previstas para todas as famílias da terra. “Através de ti abençoarei todas as famílias da terra Gn-12:3b”, não seriam benções materiais, mas, sim, benção espirituais em Cristo Jesus. Hb-2:10-18 –Ef-1:3-14. E que toda esta fé coisificada, não passa de Utopia, falácia teológica e heresias de perdição. 2Pedro-2:1-4. Pregada para um povo, que apesar de serem crentes em Jesus Cristo, e estarem firmados em uma grade promessa, ainda assim se comportam como um povo roubado como diz o Senhor em Is-42:18-22.
"Evangelho das Riquezas x Evangelho da Pobreza"
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Riqueza & Pobreza
“E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus.” Lc 18.24,25
Uma das declarações mais surpreendentes feitas por nosso Senhor é que é muito difícil um rico entrar no reino de Deus. Este, porém, é apenas um dos seus ensinos sobre o assunto da riqueza e da pobreza. Esta sua perspectiva é repetida pelos apóstolos em várias epístolas do NT.
RIQUEZA.
(1) Predominava entre os judeus daqueles tempos a idéia de que as riquezas eram um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus. Os fariseus, por exemplo, adotavam essa crença e escarneciam de Jesus por causa da sua pobreza (16.14). Essa idéia falsa é firmemente repelida por Cristo (ver 6.20; 16.13; 18.24,25).
(2) A Bíblia identifica a busca insaciável e avarenta pelas riquezas como idolatria, a qual é demoníaca (cf. 1Co 10.19,20; Cl 3.5). Por causa da influência demoníaca associada à riqueza, a ambição por ela e a sua busca freqüentemente escravizam as pessoas (cf. Mt 6.24).
(3) As riquezas são, na perspectiva de Jesus, um obstáculo, tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22). Transmitem um falso senso de segurança (12.15ss.), enganam (Mt 13.22) e exigem total lealdade do coração (Mt 6.21). Quase sempre os ricos vivem como quem não precisa de Deus. Na sua luta para acumular riquezas, os ricos sufocam sua vida espiritual (8.14), caem em tentação e sucumbem aos desejos nocivos (1Tm 6.9), e daí abandonam a fé (1Tm 6.10). Geralmente os ricos exploram os pobres (Tg 2.5,6). O cristão não deve, pois, ter a ambição de ficar rico (1Tm 6.9-11).
(4) O amontoar egoísta de bens materiais é uma indicação de que a vida já não é considerada do ponto de vista da eternidade (Cl 3.1). O egoísta e cobiçoso já não centraliza em Deus o seu alvo e a sua realização, mas, sim, em si mesmo e nas suas possessões. O fato de a esposa de Ló pôr todo seu coração numa cidade terrena e seus prazeres, e não na cidade celestial, resultou na sua tragédia (Gn 19.16,26; Lc 17.28-33; Hb 11.8-10).
(5) Para o cristão, as verdadeiras riquezas consistem na fé e no amor que se expressam na abnegação e em seguir fielmente a Jesus (1Co 13.4-7; Fp 2.3-5).
(6) Quanto à atitude correta em relação a bens e o seu usufruto, o crente tem a obrigação de ser fiel (16.11). O cristão não deve apegar-se às riquezas como um tesouro ou garantia pessoal; pelo contrário, deve abrir mão delas, colocando-as nas mãos de Deus para uso no seu reino, promoção da causa de Cristo na terra, salvação dos perdidos e atendimento de necessidades do próximo. Portanto, quem possui riquezas e bens não deve julgar-se rico em si, e sim administrador dos bens de Deus (12.31-48). Os tais devem ser generosos, prontos a ajudar o carente, e serem ricos em boas obras (Ef 4.28; 1Tm 6.17-19).
(7) Cada cristão deve examinar seu próprio coração e desejos: sou uma pessoa cobiçosa? Sou egoísta? Aflijo-me para ser rico? Tenho forte desejo de
honrarias, prestígio, poder e posição, o que muitas vezes depende da posse de muita riqueza?
POBREZA.
Uma das atividades que Jesus avocou na sua missão dirigida pelo Espírito Santo foi “evangelizar os pobres” (4.18; cf. Is 61.1). Noutras palavras, o evangelho de Cristo pode ser definido como um evangelho dos pobres (Mt 5.3; 11.5; Lc 7.22; Tg 2.5).
(1) Os “pobres” (gr. ptochos) são os humildes e aflitos deste mundo, os quais clamam a Deus em grande necessidade, buscando socorro. Ao mesmo tempo, são fiéis a Deus e aguardam a plena redenção do povo de Deus, do pecado, sofrimento, fome e ódio, que prevalecem aqui no mundo. Sua riqueza e sua vida não consistem em coisas deste mundo (ver Sl 22.26; 72.2, 12,13; 147.6; Is 11.4; 29.19; Lc 6.20; Jo 14.3 nota).
(2) A libertação do sofrimento, da opressão, da injustiça e da pobreza, com certeza virá aos pobres de Deus (Lc 6.21).
Fonte: BEP
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