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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Sete Pecados Capitais – Avareza

Sete Pecados Capitais – Avareza

 


O quinto dos sete pecados capitais: avareza. Também conhecida como ganância e cobiça. Mesquinho, miserável, pão-duro, sovina, unha-de-fome, mão-de-vaca… O avarento é aquele que se deixou dominar pela cobiça, que desenvolveu um apego sórdido ao dinheiro, às riquezas e aos bens; que se entregou ao desejo desordenado de possuir e acumular.

A parte mais sensível do corpo de avarento é o bolso, ou a bolsa, principalmente se for para tirar algo. Diz a piada que ele é capaz de atravessar um rio a nado e entregar um sonrisal intacto na outra margem.

O avarento sofre pra tirar uns trocados do banco: é como se ele estivesse perdendo uma parte de si mesmo; também não gosta muito de festa, principalmente aquelas em que se leva um presente: o avarento não consegue lidar bem com a idéia de presentear, de dar algo sem esperar nada em troca. Retribuir é também uma atitude acima da sua capacidade.

Mas se a festa for uma boca-livre, ele vai sem cerimônia.

O avarento fica constrangido na hora de rachar a conta do restaurante, porque tem a sensação de que os outros estão levando vantagem na divisão. Normalmente, mesmo em excelente situação financeira, o avarento vive se queixando e se lamentando dos apertos da vida, como uma espécie de precaução contra algum pedido de ajuda.

Ele não consegue ver ninguém que realmente precise da sua ajuda, e quando ele percebe a necessidade evita a todo custo a frase “posso lhe ajudar em alguma coisa?”.

O avarento conhece bem os verbos somar e multiplicar, ele odeia o subtrair e sente-se roubado com o dividir. A sua maior preocupação não é com o dinheiro que ganha, mas com o dinheiro que guarda. Ele se agarra a sua poupança como um náufrago a um pedaço de tábua.

Um personagem das histórias em quadrinhos que personificou a avareza como poucos foi o Tio Patinhas, criado por Carl Barks nos estúdios Disney em 1947. Dono de uma fortuna quaquilhonária, o velho muquirana, o pato mais rico de patópolis, ama o dinheiro acima de todas as coisas.

As histórias do Tio Patinhas foram lidas durante décadas em todo o mundo. Em quase todas as revistas ele aparecia dentro de uma caixa forte (um grande cofre) mergulhando em seu dinheiro com enorme satisfação. O velho pato vivia inúmeras aventuras tentando proteger suas fortuna dos ladrões e tinha pouca habilidade para lidar com sua família, que sempre era considerada uma ameaça ao seu dinheiro.

Na década de 80, a novela “Amor com amor se paga”, produzida pela Rede Globo, apresentou ao grande público o personagem “Nonô Correa”, interpretado por Ary Fontoura.

Seu Nonô era um homem rico que vivia na pequena Monte Santo como se fosse muito pobre. Ele era um completo pão-duro. Trancava a geladeira com cadeados, desligava a luz de casa algumas vezes por semana e despejava sua avareza compulsiva até mesmo nos filhos: na sua casa era proibido repetir pratos às refeições e sua maior preocupação, na vida, era fazer economia.

Tio Patinha e seu Nonô foram personagem muito divertidos que provocaram muitas risadas. Mas a avareza não tem nada de engraçado, é um pecado que destroi. Aliás, essa é a tônica em nossos dias: tornar tudo uma grande diversão, inclusive o pecado.

Hoje à noite no programa Fantástico, todo o Brasil vai assistir como são divertidos os Pecados Capitais. Sentados em suas poltronas, milhões de brasileiros vão dar risadas assistindo situações engraçadas que nos induzem a pensar que o pecado também é assim: uma coisa engraçada e divertida sobre a qual não vale a pena esquentar a cabeça.

O profeta Isaías também viveu em uma época parecida com a nossa, em que os valores morais eram propositadamente invertidos com o objetivo de amenizar a consciência do pecado. Veja o que ele diz:

Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito! (Isaías 5:20,21)

A palavra avaro, em sua origem latina, significa ávido por cobre. No grego, a palavra usada por Jesus e pelos apóstolos é Pleonexia, que significa uma implacável presunção de que as pessoas e as coisas, enfim todo o mundo, existe para o benefício próprio do avarento.

Desligado de Deus, o avarento perde sua própria identidade, como criatura, feita à imagem e semelhança do Criador e por Ele amada. Por isso sente-se inseguro e tenta encontrar segurança no possuir, o acumular.

O avarento, o ganancioso, aquele que se deixar dominar pela cobiça no fundo está tentando substituir o Deus criador pelo dinheiro e as riquezas. Em vez de relacionar-se com Deus e encontrar segurança na submissão ao Criador, ele prefere buscar segurança no dinheiro e nas posses; afinal o Dinheiro não tem opinião sobre sua vida e aparentemente pode ser controlado.

Aqui há uma questão muito importante: quando o Senhor é substituído em nossas vidas por qualquer outra coisa ou pessoas o nome disso é idolatria. É assim que a bíblia considera o avarento: um idólatra.

(1) Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. (2) Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; (3) porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.
(4) Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória. (5) Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; (6) por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]. (Colossenses 3:1-6 ARA)

(1) Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; (2) e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave. (3) Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos (4) nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. (5) Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. (Efésios 5:1-5)

Não há segurança que satisfaça o anseio da alma humana, senão a presença de Deus e segurança do seu amor por nós revelado em Jesus Cristo, por isso, “na avareza, a posse das coisas não faz cessar a necessidade que sentimos delas… na verdade nem a diminui… o avarento caminha sempre na direção da ansiedade.”

Vazio de Deus, a posse não satisfaz o avarento, por isso a preocupação de possuir e acumular não o abandona. A isso se junta o medo de perder o que já acumulou e o pavor de não conseguir continuar juntando. A avareza então aprisiona a pessoa que se torna não mais possuidora da riqueza, mas possuída por ela. Por isso o escritor de provérbio afirma:

Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à cobiça; ela tira a vida dos que a possuem. (Provérbios 1:19)

Avareza na Bíblia

(A) O conselho de Jetro

Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez; (Êxodo 18:21)

Investido na posição de juiz, Moisés estava sobrecarregado com as demandas do povo. Era muita gente, muito egoísmo e todo mundo achava que tinha direito. Ninguém era capaz de abrir mão de abrir mão de um direito seu como forma de promover a paz; e muito menos de reconhecer que estava errado e com medo de levar um prejuízo pra casa. (parecido com aqueles encostadinhas no trânsito)

Moisés, então, passava o dia todo julgando as disputas entre eles e a fila nunca terminava. A situação ficou idêntica ao do judiciário no Brasil, onde milhares e milhares de processos estão empilhados nos tribunais aguardando julgamento.

Jetro, então, orienta seu genro Moisés a dividir a responsabilidade de julgar com outras pessoas. O destaque aqui é que essas pessoas deveriam aborrecer a avareza. Jetro estava reconhecendo que o amor ao dinheiro não pode ser conciliado com a autoridade sobre a vida de outras pessoas.

O avarento não consegue pensar no bem alheio, ou no direito de quem quer que sejam, senão o seu próprio desejo de ter mais e juntar mais. A avareza abre a porta para a traição, fraude, mentira, perjúrio, inquietude, violência e dureza de coração. Se ele estiver investido de autoridade, vai fazer o que for necessário em benefício próprio.

(1) Ai daqueles que, no seu leito, imaginam a iniqüidade e maquinam o mal! À luz da alva, o praticam, porque o poder está em suas mãos. (2) Se cobiçam campos, os arrebatam; se casas, as tomam; assim, fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança. (Miquéias 2:1-2 ARA)

(B) A vinha de Nabote

Nesse ponto vale a pena vermos a história do rei Acabe e como ele, dominado pela cobiça e pelo desejo de possuir, foi capaz de permitir uma série de crimes para conseguir aquilo que ele desejou.

(1-2) Nabote, um indivíduo de Jezreel, tinha uma vinha nos subúrbios da cidade, perto do palácio do rei Acabe. Um dia o rei propôs-lhe comprar-lhe aquele pedaço de terra. Quero fazer um jardim dessa terra, explicou-lhe, porque está junto ao palácio. Oferecia-lhe pagar em dinheiro ou por troca com outra vinha melhor. (3) Mas Nabote respondeu: Não, eu nunca poderia vender essa terra porque se trata de uma herança dos meus antepassados, já de há muitas gerações. Deus não mo permite. (4) Acabe foi para casa abatido e indignado. Não queria comer e meteu-se na cama, com a cara virada para a parede.

(5) Que desgosto tão grande é esse?, perguntou-lhe a mulher, Jezabel. Por que é que nem sequer queres comer?

(6) Pedi a Nabote que me vendesse a vinha, ou que ma trocasse, e recusou!, disse-lhe Acabe.

(7) Mas afinal, és tu ou não o rei de Israel? Trata mas é de te levantares, e de andares normalmente, porque eu me ocuparei desse assunto – eu hei-de obter essa vinha de Nabote!

(8-10) Jezabel pôs-se então a escrever uma série de cartas, em nome de Acabe, com o selo real, e endereçou-as aos líderes da cidade de Jezreel, onde vivia Nabote. Nelas dava a seguinte ordem: Façam uma proclamação por toda a cidade, para que a população jejue e ore. Convoquem Nabote, e arranjem dois marginais que o acusem de ter amaldiçoado Deus e o rei. Levem-no depois e executem-no.

(11-14) Os chefes municipais obedeceram àquelas instruções. Convocaram uma reunião, acarearam Nabote com dois meliantes, os quais, sendo gente sem consciência, o acusaram de ter amaldiçoado Deus e o rei. Nabote foi arrastado para fora da cidade e apedrejado até morrer. Depois, os líderes da cidade participaram a Jezabel que Nabote já estava morto. (15) Quando a rainha tomou conhecimento disso, falou a Acabe: Lembras-te da vinha que Nabote não te queria ceder? Pois bem, já poderás tê-la. O homem morreu!

(16) Então Acabe desceu para ir tomar posse da terra. (1 Reis 21:1-16 O Livro)

Quais são os princípios que você é capaz de negociar em prol da sua ganância? Até que ponto você é capaz de prejudicar o outro para acumular bens? Qual o espaço que a avareza ocupou em seu coração em busca de uma paz que só podemos encontrar em Deus?

Talvez você seja capaz de mentir, ou omitir. Talvez você venda o tempo em que deveria estar com família para acumular um pouco mais de bens… ou quem sabe você abre mão da compaixão pela necessitado para alcançar o supérfluo que o faz sentir-se melhor. A avareza embota a misericórdia e a compaixão.

Por causa de um terreno ao lado do palácio, para fazer um jardim, Acabe foi cúmplice de formação de quadrilha, perjúrio, corrupção da justiça, condenação com base em falso testemunho e usurpação dos bens da família de Nabote.

(C) Mica, Jônatas e a avareza

Uma outra história que mostra os danos da avareza e como ela é capaz de tomar conta de nossas vidas está registrada no livro de Juízes, capítulos 17 e 18.

Há uma frase que marca todo o livro dos juízes: Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto (Juízes 17:6).

Mica era um homem da região de Efraim e sua mãe provalvelmente era uma comerciante bastante próspera. Mica roubou do que sua mãe havia guardado cerca de 1.100 moedas de ouro, algo em torno de R$ 400.000,00. A mãe de Mica, sem saber que o filho havia roubado, lançou uma maldição sobre o ladrão. Mica, ficou com medo da maldição e confessou o roubo.

o qual disse a sua mãe: Os mil e cem siclos de prata que te foram tirados, por cuja causa deitavas maldições e de que também me falaste, eis que esse dinheiro está comigo; eu o tomei. (Juízes 17:2a ARA)

Depois de saber do roubo, a mãe de mica preocupa-se apenas com duas coisas: recuperar o dinheiro de desfazer a maldição. Veja que é assim que o avarento faz: fecha os olhos para os demais pecados para não perder o dinheiro, o objeto do seu amor (Juízes 17:2).

Então ela e o filho fizeram uma transação no mínimo estranha. O dinheiro roubado foi devolvido para mãe e seguida doado para filho usar na adoração a Deus. Mica então usou apenas uma parte do dinheiro já consagrado ao Senhor e depois devolveu o restante novamente para a mãe.

(2b) Então, lhe disse a mãe: Bendito do SENHOR seja meu filho! (3) Assim, restituiu os mil e cem siclos de prata a sua mãe, que disse: De minha mão dedico este dinheiro ao SENHOR para meu filho, para fazer uma imagem de escultura e uma de fundição, de sorte que, agora, eu to devolvo. (4) Porém ele restituiu o dinheiro a sua mãe, que tomou duzentos siclos de prata e os deu ao ourives, o qual fez deles uma imagem de escultura e uma de fundição; e a imagem esteve em casa de Mica.

As vidas de Mica e sua mãe giravam em torno daquela pequena fortuna que ela havia acumulado. Tanto Mica quanto sua mãe eram incapazes de abrir mão do dinheiro. Mesmo depois de tê-lo consagrado ao Senhor, eles o tomaram de volta porque era ali onde estava a sua segurança, não no Senhor.

Onde está sua segurança? No carro, na casa, no apartamento quitado, na aposentaria, nos diplomas da universidade, no emprego, no sucesso da empresa? Se a nossa segurança não estiver no Senhor, seremos presas fáceis para a avareza. Precisamos dizer com o profeta Jeremias 16:19: Ó SENHOR, força minha, e fortaleza minha, e refúgio meu no dia da angústia.

Mesmo depois de mandar fazer imagens de escultura e fundição, Mica não se sentiu confiante. Faltava alguma coisa. Então chegou a sua casa um homem chamado Jônatas, que era da tribo dos levitas, natural da cidade de Belém e descendente de Moisés. Jônatas tinha ascendência nobre e aparentemente era uma pessoa respeitada no meio religioso.

Mica faz uma proposta de emprego para Jônatas: dez ciclos de prata por ano, vestuário e alimentação. Em troca, Jônatas seria seu sacerdote particular.

(9) Perguntou-lhe Mica: Donde vens? Ele lhe respondeu: Sou levita de Belém de Judá e vou ficar onde melhor me parecer. (10) Então, lhe disse Mica: Fica comigo e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez siclos de prata, o vestuário e o sustento. O levita entrou (11) e consentiu em ficar com aquele homem; e o moço lhe foi como um de seus filhos. (12) Consagrou Mica ao moço levita, que lhe passou a ser sacerdote; e ficou em casa de Mica.

Mica já não tinha mais qualquer escrúpulo. A questão agora era meramente financeira. Todo o povo de Israel sabia que o sacerdócio era exclusividade dos descendentes de Aarão. Era assim que Deus tinha ordenado. Mica, controlado pela avareza, usou os argumentos que lhe eram familiares para convencer Jônatas: dez siclos de prata, vestuário e o sustento, topa? É uma boa oferta!

Jônatas, o levita, gostou da idéia. Afinal agora ele seria um sacerdote. Recebeu as vestimentas e os utensílios religiosos que imitavam os do templo e foi consagrado sacerdote. Idolatria, desobediência a Deus, comércio da fé e avareza faziam parte daquela cena, mas ambos estavam satisfeitos. Mica inclusive chega a afirmar:

Então, disse Mica: Sei, agora, que o SENHOR me fará bem, porquanto tenho um levita por sacerdote. (Juízes 17:13)

Quando a avareza toma conta da vida, as pessoas perdem a noção do próprio pecado, porque o desejo de possuir e acumular se sobrepõe a todo o resto ao ponto de tudo o mais ser negociável. Então, a farsa e a falsidade ficam livres para ocupar espaço. Essa era também a queixa do profeta Jeremias:

(12) As suas casas passarão a outrem, os campos e também as mulheres, porque estenderei a mão contra os habitantes desta terra, diz o SENHOR, (13) porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade. (14) Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. (15) Serão envergonhados, porque cometem abominação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tropeçarão, diz o SENHOR. (Jeremias 6:12-15)

Qual é a parte da Palavra do Senhor que você tem deixado pra lá por causa da avareza do seu coração? Qual é a área da sua vida na qual você tem dito paz, paz, quando na verdade não há paz? Não podemos fazer com o povo exortado por Jeremias que de tanto conviver com o pecado perderam a sensibilidade e não mais se envergonhavam pela sua rebeldia e desobediência.

Como já vimos, a avareza não tem limites e nem se sacia. Jonâtas, o levita permitiu que a avareza de Mica tomasse conta do seu coração e fosse a motivação para a sua decisão. Ele se deixou corromper por causa da segurança que aquele emprego lhe dava.

Acontece que pouco tempo depois, alguns homens descendentes de Dã iam passando pela região onde ficavam a casa de Mica e descobriram que ali tinha um local de adoração, reconheceram Jônatas, o levita e viram que havia ali todo os apetrechos necessários para a realização do culto. Veja o que aconteceu (Juízes 18):

(3) Estando eles junto da casa de Mica, reconheceram a voz do moço, do levita; chegaram-se para lá e lhe disseram: Quem te trouxe para aqui? Que fazes aqui? E que é que tens aqui? (4) Ele respondeu: Assim e assim me fez Mica; pois me assalariou, e eu lhe sirvo de sacerdote.

(14) Os cinco homens que foram espiar a terra de Laís disseram a seus irmãos: Sabeis vós que, naquelas casas, há uma estola sacerdotal, e ídolos do lar, e uma imagem de escultura, e uma de fundição? Vede, pois, o que haveis de fazer.

(18) Entrando eles, pois, na casa de Mica e tomando a imagem de escultura, a estola sacerdotal, os ídolos do lar e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que estais fazendo? (19) Eles lhe disseram: Cala-te, e põe a mão na boca, e vem conosco, e sê-nos por pai e sacerdote. Ser-te-á melhor seres sacerdote da casa de um só homem do que seres sacerdote de uma tribo e de uma família em Israel? (20) Então, se alegrou o coração do sacerdote, tomou a estola sacerdotal, os ídolos do lar e a imagem de escultura e entrou no meio do povo. (Juízes 18:3,4,14, 18-20)

Corrompido pela avareza, Jônatas agora estava pronto para trair Mica e ser cúmplice no roubo dos ídolos e das roupas sacerdotais por um pouco mais de dinheiro e prestígio. A medida do ter nunca enche, porque o coração precisa é de Deus, não de coisas.

(D) Jesus e a avareza

O Senhor Jesus não tinha meias palavras sobre a avareza. Questionado pelos religiosos judeus porque seus discípulos não observavam a tradição de lavagem ritual de mão antes de comer ele disse o seguinte:

(20) E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. (21) Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, (22) a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. (23) Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem. (Marcos 7:20-23 ARA)

Certa vez, no meio de uma pregação, ele foi interrompido por homem que tinha uma disputa de herança com o seu irmão. Jesus aproveito o momento para revelar a avareza do coração daquele homem e para exortar os discípulo sobre a questão.

(13) Nesse ponto, um homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança. (14) Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós? (15) Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele
possui. (Lucas 12:13 -14 ARA)

O contraponto da Avareza

Como viver cristianismo em um tempo que poderia muito bem ser chamada de “A era da Avareza”, na qual atitudes como colocar-se em primeiro lugar, buscar seus próprios interesses e lutar por seus objetivos tornaram-se um credo que atropela todos os demais princípios morais e éticos, e não podem ser contrariadas?

A Palavra de Deus nos chama à misericórdia e à generosidade. Bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançaram misericórdia.

(3) Não façam nada que seja motivado por revanche, nem que seja provocado por interesses pessoais. Mas sejam humildes: que cada um considere os outros superiores a si mesmo. (4) Não pensem unicamente nos vossos interesses, mas procurem também aquilo que interessa aos outros. (Filipenses 2:3-4 O Livro)

Como assim não procurar meus interesses? Como é possível para alguém deixar por um momento de cuidar das coisas que são importantes para si mesmo e cuidar do que é importante para os outros? Como alguém poderia sobreviver nesse nosso mundo considerando os outros superiores a si mesmos? Será que Deus nos chama para irracionalidade? Não, meus irmãos, O Senhor nos chama para confiarmos nele e no seu cuidado por nós.

Enquanto você se preocupa com aqueles que passam necessidade, o Senhor lhe dá suprimento de cada dia;

Enquanto você defende os direitos daqueles que não
tem como se defender, o Senhor cuida dos seus direitos;

Enquanto você se importa com aqueles que não têm saúde, o Senhor lhe sara e cura;

Enquanto você doa aqueles que padecem sem o básico, o Senhor multiplica os seus recursos;

Enquanto você entrega seu dinheiro e suas posses ao Senhor
e submete tudo ao senhorio Dele, você ganha autoridade, em nome de Jesus, sobre Mamom e seus poderes espirituais.

A simplicidade do evangelho de Jesus é submissão plena a Sua soberania sobre nossas vidas e a confiança irrestrita no seu amor e no seu cuidado por nós.

(22) A seguir, dirigiu-se Jesus a seus discípulos, dizendo: Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo
vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. (23) Porque a vida é mais do que o
alimento, e o corpo, mais do que as vestes. (24) Observai os corvos, os quais
não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os
sustenta. Quanto mais valeis do que as aves! (25) Qual de vós, por ansioso que
esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? (26) Se, portanto, nada
podeis fazer quanto às coisas mínimas, por que andais ansiosos pelas outras?
(27) Observai os lírios; eles não fiam, nem tecem. Eu, contudo, vos afirmo que
nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. (28) Ora, se
Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno,
quanto mais tratando-se de vós, homens de pequena fé! (29) Não andeis, pois, a
indagar o que haveis de comer ou beber e não vos entregueis a inquietações.
(Lucas 12:21-29 ARA)

Que o nosso coração se encha de confiança na justiça e na bondade de Deus a ponto de entregarmos nossa vidas, todos os dias a Ele.






 O Avarento









Um avarento tinha enterrado seu pote de ouro num lugar secreto do seu jardim. E todos os dias, antes de ir dormir, ele ia até o ponto, desenterrava o pote e contava cada moeda de ouro para ver se estava tudo lá. Ele fez tantas viagens ao local que um Ladrão, que já o observava há bastante tempo, curioso para saber o que o Avarento estava escondendo, veio uma noite, e sorrateiramente desenterrou o tesouro levando-o consigo. 


Quando o Avarento descobriu sua grande perda, foi tomado de aflição e desespero. Ele gemia e chorava enquanto puxava seus cabelos. 

Alguém que passava pelo local, ao escutar seus lamentos, quis saber o que acontecera. 

"Meu ouro! Todo meu ouro!" chorava inconsolável o avarento, "alguém o roubou de mim!"
"Seu ouro! Ele estava nesse buraco? Por que você o colocou aí? Por que não o deixou num lugar seguro, como dentro de casa, onde poderia mais facilmente pegá-lo quando precisasse comprar alguma coisa?"

"Comprar!" exclamou furioso o Avarento. "Você não sabe o que diz! Ora, eu jamais usaria aquele ouro. Nunca pensei de gastar dele uma peça sequer!"

Então, o estranho pegou uma grande pedra e jogou dentro do buraco vazio.

"Se é esse o caso," ele disse, "enterre então essa pedra. Ela terá o mesmo valor que tinha para você o tesouro que perdeu!"

Moral: Uma coisa ou posse só tem valor quando dela fazemos uso.

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